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A cidade de Manaus, capital do estado do Amazonas, registrou na manhã de quarta-feira, 11 de outubro, a segunda pior qualidade do ar do mundo. No monitoramento do site World's Air Pollution, com dados oficiais de 130 países, a qualidade do ar da cidade amazonense foi considerada “perigosa”, com graves danos à saúde da população manauara.
Uma densa nuvem branca de fumaça encobriu Manaus. Moradores da capital amazonense relataram falta de ar, tontura e sensação de queimação nos olhos. As aulas da Universidade Federal do Amazonas, a UFAM, e da Universidade do Estado do Amazonas, a UEA, chegaram a ser suspensas. A Prefeitura de Manaus e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, o IBAMA, dizem que a fumaça vem de incêndios em municípios da região metropolitana.
Por volta das 08h30 (Horário de Brasília, 07h30 em Manaus), em uma escala de poluição que considera até 50 (up/m³) um ar com boa qualidade e, a partir de 300, de qualidade perigosa, Manaus chegou a registrar 459. O índice considera o acúmulo de material particulado e gases poluentes como ozônio e monóxido de carbono, dentre outros. O valor apontado em Manaus, no Amazonas, foi inferior apenas aos 747 up/m³ do condado de Siskiyou, no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, mas superou a cidade de Istambul, a mais populosa da Turquia, com cerca de 15 milhões de habitantes, e o Distrito de Sediberg, na África do Sul, que pontuaram respectivamente, 403 e 348.
A região amazônica passa por um grave período de seca. O estado decretou emergência climática no dia 12 de setembro, que nesta quinta-feira, 12 de outubro, faz exatamente um mês. Já são nove municípios com alto número de queimadas.
A situação é considerada crítica por especialistas e pode se agravar ainda mais até o final do ano de 2023 “Com a estiagem, se acentuam os problemas relacionados às queimadas, causadas em sua grande maioria por atividades rurais que ainda se utilizam do fogo para abertura e limpeza de áreas para a agricultura e pecuária, e também por atividades criminosas relacionadas a desmatamento e ocupação ilegal de áreas públicas e mesmo queima de lixo e casos isolados de incêndios acidentais”, explica Carlos César Durigan, geógrafo e ambientalista.
O IBAMA informou que a fumaça que atingiu a capital é de queimadas de municípios situados ao sudeste da cidade amazonense. 23 brigadistas e especialistas em incêndios florestais chegarão nesta quinta-feira (12), ao Amazonas para atuar nos sinistros próximos a cidade de Manaus.
Segundo o Governo do Estado do Amazonas, entre os dias 12 de julho a 8 de outubro, foram 1.976 incêndios combatidos pelo Corpo de Bombeiros. O estado conta com o apoio de quatro aeronaves cedidas pelo Governo Federal, Marinha e pelos governos de Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Até o início do mês, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas, o IPAAM, aplicou multas por queimadas ilegais que somam mais de R$ 17 milhões.
A Prefeitura de Manaus disse em nota que a fumaça na capital é um reflexo dos incêndios que têm ocorrido em municípios da região metropolitana. Somente na quarta-feira (11), Autazes, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o INPE, contabilizou 105 focos de incêndio e Careiro Castanho registrou 50. Em território manauara, foram três focos de queimadas na zona rural.
Nesta quinta-feira (12), o tempo em Manaus será parcialmente nublado, com poucas chances de chuva. A máxima na capital amazonense será de 37°, de acordo com o The Weather Channel.
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