Entre os ônibus incendiados nesta segunda-feira (23), 20 eram da operação municipal, cinco do BRT e outros de turismo e fretamento.
Outros veículos e pneus também foram queimados, fechando diversas vias em bairros da cidade como Campo Grande, Santa Cruz, Paciência, Guaratiba, Sepetiba, Cosmos, Recreio, Inhoaíba, Barra, Tanque e Campinho.
Pelo menos doze suspeitos de ataques a ônibus foram levados para a 35ª DP, no bairro Campo Grande.
Passageiros tiveram que deixar alguns dos coletivos às pressas momentos antes dos criminosos atearem fogo aos veículos.
Os ataques são em represália à morte do sobrinho do chefe da milícia Zinho, na comunidade Três Pontes. Matheus da Silva Rezende, conhecido como Teteu e Faustão, era apontado como o número 2 na hierarquia da milícia comandada pelo tio e foi morto durante uma troca de tiros com a Polícia Civil.
No mesmo tiroteio, um menino de 10 anos foi atingido de raspão, segundo familiares. Ele foi levado para a UPA de Paciência e foi liberado após o atendimento.
O governador do estado, Cláudio Castro (PL), parabenizou a Polícia Civil pela operação contra o crime organizado.
"Não vamos parar. Nossas ações para asfixiar o crime organizado têm trazido resultados diários", afirmou Castro. "Além do parentesco com o criminoso, ele atuava como 'homem de guerra' do grupo paramilitar, sendo o principal responsável pelas guerras por territórios que aterrorizam moradores no Rio. O crime organizado que não ouse desafiar o poder do Estado!"
Segundo a MobiRio, empresa pública que opera o sistema BRT do Rio de Janeiro, no corredor Transoeste estavam circulando, por volta das 16h00 (horário de Brasília), apenas as linhas 13 (Alvorada x Mato Alto - Expressso), 25 (Alvorada x Mato Alto - Parador) e 22 (Jd. Oceânico x Alvorada - Parador).
O Centro de Operações Rio (COR-Rio), informou que o primeiro ônibus que pegou fogo, estava na Rua Felipe Cardoso, na altura do BRT Cajueiros, no bairro Santa Cruz.
Matheus da Silva Rezende, de 24 anos, mais conhecido como Faustão, foi morto após ser baleado em uma troca de tiros com agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE) e da Polinter. O miliciano é o terceiro da família a morrer em confrontos com a Polícia Civil do Rio.
Em 2017, outro tio dele, Carlos Alexandre da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes, morreu em operação da Delegacia de Homicídios da Capital.
Quatro anos depois, em 2021, mais um tio, Wellington da Silva Braga, mais conhecido como Ecko, morreu depois de reagir à prisão em uma casa em Paciência, na Zona Oeste.
Depois disso, seu irmão, Luis Antônio da Silva Braga, mais conhecido como Zinho, assumiu a maior milícia do Rio do Janeiro.
OBS: Não confunda com outro Faustão, o apresentador Fausto Silva, de 73 anos, que apresentou os programas Perdidos na Noite, Domingão do Faustão e Faustão na Band.